Ela dominou o mundo desde o começo e talvez desde os tempos anteriores ao começo. Seu tronco se elevou reto e sem falha como uma coluna de porphyre; então o tronco se separou em dois ramos de igual grossura, um se dirigiu para a direita, o outro para a esquerda. Estes dois ramos estavam em pontos semelhantes e carregados de frutas maravilhosas que esalavam um perfume sutil.
Homens veneraram a árvore, mas sem jamais se aproximarem. Uma pessoa disse que um dos ramos levava frutas suculentas que derramavam vida, força, inteligência; mas que outro levava a morte e morte com sofrimentos intoleráveis. Ninguém sabia qual era a que portava a morte, também por prudência ninguém comia de suas frutas.
Chegou um tempo de cruel desolação; uma seca impiedosa queimou toda a vegetação até o menor galho de erva. Os animais e em seguida os homens, morreram de calor, de fome e de sede. A árvore permaneceu só, inalterada, boa como no primeiro dia do mundo. Ninguém se aproximava! Depois deste tempo de seca chegou a chuva, mas uma chuva devastadora; a água encheu os rios e também inundou os pobres campos queimados, logo as aldeias, e os que não estavam mortos e que tinham sobrevivido à aridez pereceram afogados. Quando as águas se retiraram, só restou com vida um homem, sua mulher e seu filho moribundo.
A árvore sempre estava lá, tão boa quanto no primeiro dia do mundo. O homem a contemplava com pavor e esperança: esta árvore poderia salvar seu filho. O homem decidiu escolher duas frutas: uma sobre o ramo da direita, e outra sobre o ramo da esquerda. As frutas eram absolutamente idênticas e esalavam um perfume maravilhoso.. Ele disse: " Se eu comer da fruta envenenada, eu morrerei, mas meu filho comerá da outra e ele estará salvo "!
Então ele leva à sua boca uma fruta do ramo da direita, e o milagre se torna realidade: sentiu instantaneamente as forças lhe voltarem. Ele deu de comer à seu filho e a sua mulher, a saúde deles voltou assim como a vontade de viver.
Os homens então se multiplicaram, viveram felizes, renderam culto à árvore. E os anos se passaram, e os séculos também. A árvore estava sempre tão boa quanto no primeiro dia do mundo.
Aí! um dia os homens tiveram maus pensamentos enquanto olhavam o ramo da esquerda... À que serviu ele? Era necessário cortar este inútil portador da morte. Por que o manter? Eliminando-o, o ramo da direita seria o mais belo, o mais forte e o mais carregado de frutas. E então se uma criança vier a se enganar e escolher uma fruta envenenada? Era necessário preservar as crianças de tal perigo.
Os anciões imploraram aos homens para que nada fizassem, mas eles não lhes escutaram. Eles eram muito velhos, muito enclinados à bondade; o dever dos homens era de preservar a vida dos seus.
Então, um dia, os homens cortaram o ramo da esquerda... No dia seguinte, a árvore que havia resistido ao tempo, à seca, e às inundações... a árvore que os havia salvado, que os havia nutrido com tanta generosidade: a árvore havia morrido!
Os homens compreenderam então que tudo sobre a terra têm sua utilidade. Mas isso estava antes do tempo: Eu temo que eles esqueçam a árvore no presente.
Madeleine L
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